Nos estudos do Cadavre Exquis tentei perceber o potencial das tonalidades e perceber que efeitos de sombra poderiam resultar. Embora tivesse referências de Mondrian, sabendo que o seu trabalho se caracteriza por pinturas estruturadas por linhas pretas ortogonais que definem espaços que se relacionam de diferentes modos com os limites da pintura, e que podem ser preenchidos um uma cor primária: amarelo, azul e vermelho, que definem pesos visuais diferentes para esses espaços, quis fazer algo diferente. Até mesmo a imposição de só podermos usar o quadrado ou o rectângulo na grelha da composição foi mais um motivo para tentar quebrar as regras, isto é, queria formar uma composição que pudesse saltar do plano, como se adquirisse uma realidade a 3 dimensões, mas que ao mesmo tempo não fosse algo visto de imediato, criando um efeito surpresa no observador.
Deste modo criei um plano com uma métrica a partir dos tons, mas que por sua vez é interrompida, na tentativa de criar uma quebra no que seria de esperar. Assim a minha composição tenta representar uma fachada de colunas, o mais abstractamente possível.
Dependendo do modo como se olha, as colunas apresentam diferentes posições/distâncias em relação à proximidade do observador, aumentando a dinâmica da composição. Como o objectivo é ligar a minha composição com a dos meus colegas (Ana Diogo e Joana Labela), tive de ajustar a minha composição à delas. A única cedência que fiz até agora foi na parte que liga à composição da Ana. O ajuste resulta bem, a meu ver, e modifica pouco a mensagem do meu Cadavre Exquis. Apenas fiz o negativo da primeira coluna, para me completar com o da Ana e que por sua vez, faz completar o dela. Penso que a minha posição em relação às composições das minhas colegas integra-se bem uma vez que força o observador a entender a rotação da horizontalidade para a verticalidade (da direita para a esquerda) do desenho compositivo da junção de todos os Cadavres Exquis.
parece bem, não é?
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